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A possibilidade de redução de 11% no orçamento do Ministério da Educação, sinalizada pelo Governo Federal na semana passada, está preocupando professores, pesquisadores e alunos que dependem dos valores de bolsas para se manter e continuar desenvolvendo seus trabalhos. Representantes do MEC garantiram que os cortes não devem impactar as bolsas de pesquisa, que na Universidade La Salle Canoas somam 46 beneficiados. Ainda assim o cenário preocupa a Diretora de Pós-graduação, Pesquisa e Extensão, Prof.ª Dr.ª Patrícia Kayser: “Em nenhum momento foi dito que não vai mais existir a redução de orçamento. Como os cortes acontecem nas chamadas despesas não obrigatórias eles vão impactar outros programas como o Programa de Iniciação Científica, o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) e o Programa de Residência Pedagógica”, explica. Pelo menos 100 alunos participam desses projetos na Instituição.

PIBID foi suspenso no 1º semestre

Em fevereiro de 2018 foi encerrado o edital vigente do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid). Um novo edital foi aberto em março e o resultado sai ainda esse mês. A Universidade La Salle vai concorrer a 96 bolsas (PIBID e Residência Pedagógica) para alunos e 8 para professores. A possibilidade de reduções na oferta de bolsas em 2019 assusta a coordenadora do PIBID na Universidade La Salle, Prof. Dra Lúcia Regina L. da Rosa: “Avalio com perspectiva de caos para um futuro bem próximo. Se poucos se formam, começará a faltar profissionais de qualidade e a consequência será direta para quem tem filhos pequenos, afinal, quem serão seus professores?”, questiona. A aluna do curso de Letras, Aline Pedroso, foi bolsista PIBID em 2017 e agora, já no último semestre do curso, concorre a uma bolsa do Programa de Residência Pedagógica. “O PIBID foi muito gratificante na minha vida. Eu vim de uma área que nunca tinha dado aula, não tinha experiência do Magistério. Com o PIBID eu quebrei essa barreira e descobri que era isso o que eu queria para minha vida”, relembra. Com formatura marcada para o final do ano, ela ainda não sabe se contará com a renda do Programa para auxiliar no pagamento das mensalidades da Universidade.

Impactos para pesquisa

Outro temor são os impactos que podem ser gerados em pesquisas já em andamento. “As bolsas de Pós-graduação no Brasil sustentam boa parte da pesquisa básica e aplicada no país. A possível retirada dessas bolsas implica na perda de um pessoal altamente qualificado que trabalha em centros e laboratório, além de impactar no desenvolvimento tecnológico brasileiro”, avalia o coordenador do Programa de Pós-graduação em Memória Social e Bens Culturais, Prof. Dr. Lucas Graeff. Aluna do Doutorado, Arlete Caye, relata que está apreensiva com a insegurança quanto ao futuro das pesquisas: “Eu não teria condições de manter o Doutorado e teria que buscar um outro trabalho para me manter. Não tenho outra renda”, conta.

Estagnação e retrocesso

Os possíveis cortes em investimentos para pesquisa no Brasil preocupam, especialmente, a longo prazo: “Nós não conseguiremos gerar inovação e desenvolvimento. Um exemplo dos impactos da pesquisa é o agronegócio. Por trás dos aumentos na capacidade de produção estão pesquisadores de órgãos como a Embrapa e financiados pela Capes. O país que não investe em pesquisa fica para trás”, comentou o Vice-reitor da Universidade La Salle, Prof. Dr. Cledes Casagrande, fsc.

A Associação Nacional de Educação Católica (ANEC), cujo Presidente é o Reitor da Universidade La Salle, Prof. Dr. Paulo Fossatti, fsc, lançou uma nota de Apoio à CAPES em vista do não corte de orçamento para 2019. Saiba mais AQUI.

 

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