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Cento e cinquenta e sete. O número estava na ponta da língua do Irmão Jardelino Menegat naquela sexta-feira. Cento e cinquenta e sete diferentes trajetórias, com inícios distintos, durantes que se encontram, até um final único, no mesmo local, no mesmo dia, ouvindo as mesmas palavras. Mas aquele seria o fim ou apenas o começo de novo ciclo? A julgar pelo brilho nos olhos dos protagonistas desta matéria, a saudade se misturava com a ansiedade pelos próximos passos. A Colação de Grau pode parecer sempre a mesma solenidade, mas em cada uma o centro universitário se despede ou dá até logo a personagens únicos, exatamente por nenhum deles ter a mesma história. O capítulo mais recente de nosso livro foi escrito em 4 de agosto, novamente no Centro Cultural La Salle.

Foram momentos de reflexão, de agradecimento a Deus, aos pais, aos amigos, aos docentes. Foi a hora de receber o capelo, mas também de jurar seguir os princípios de cada profissão, como no caso de Ciências Contábeis: “Juro no exercício da profissão de contador ater-me mais à consciência do que ao lucro, mais à essência do que à forma, mais aos fins do que aos meios, mais ao ser do que ao ter”.  Assim prometeu, seguida por seus colegas de turma, Selma Cristina Soares de Moura Antonio, um nome que se confunde com o próprio Unilasalle-RJ.

Os últimos nove de seus 40 anos foram escritos no centro universitário, dos Serviços Gerais ao setor Financeiro. O início, em 2008, foi na equipe da limpeza, turno da noite, sob o comando de Eduardo Martins. Incentivada por funcionários, ela resolveu investir em cursos de informática oferecidos na Extensão e decidiu cursar o ensino superior: “Em 2013, coloquei o meu caçula, cuja gravidez descobri trabalhando aqui, no CEPLAS (agora Escola La Salle Rio de Janeiro) e, depois de 18 anos, estava de volta a uma sala de aula, com muito medo, sabendo que teria de enfrentar obstáculos como o tempo que estava sem estudar, o cansaço de conciliar o estudo, o serviço, a casa, o marido e os três filhos”.

Pouco a pouco, Selma foi recebendo desafios que a faziam subir degraus, como o convite para ser tornar secretária da Extensão, o que a levou a participar de uma edição do Projeto Rondon, depois secretária da Pós-Graduação, até conquistar uma vaga na profissão para qual estudou quatro anos. E como estudou! Tanto que foi homenageada na Colação de Grau como o segundo melhor Coeficiente de Rendimento da sua turma, a um décimo da primeira colocada, a aluna Nathalia Fernandes Ferreira.

Selma entre as amigas Joselaine Cruz e Maristela Golvea, também funcionárias e formandas da rede

“Sempre gostei de tirar notas altas, era uma meta pessoal para mim manter minhas notas acima de oito. Por muitas vezes eu poderia ficar descansando ou curtindo a família em casa, mas fui estudar para fazer AV3 e melhor minha média”, conta Selma ao site do Unilasalle-RJ, “O incentivo do centro universitário desde o semestre passado, o reconhecimento diante dos alunos, coordenadores e familiares, é muito importante. Foram quatro anos em que deixei de partilhar momentos da vida do meu marido e dos meus filhos. O mínimo que eu posso fazer é mostrar para eles que o sacrifício que todos fizeram para que eu chegasse aqui não foi em vão, foi aproveitado da melhor forma possível. Tenho muito orgulho de ter começado no Serviços Gerais, de ser moradora da comunidade que fica atrás da instituição, e da família que junto com meu marido, há 22 anos, começamos a construir”.

A contadora é uma das 16 pessoas contempladas com bolsas de 100, 50 ou 25% em cursos de Pós-Graduação Lato Sensu, a partir das notas conquistadas durante a graduação. Para o Irmão Jardelino Menegat, no entanto, mais importante que a premiação, são outros legados deixados pela filosofia lassalista na vida dos agora egressos. “Entre os formandos temos licenciados, temos bacharéis. Ter tais títulos é acreditar que é possível fazer uma mudança. A sociedade acredita, e nós também, que vocês podem fazer a diferença. Fazemos a diferença quando nos indignamos com injustiças, quando compreendemos as palavras de Paulo Freire, que diz: ‘Ensinar exige risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação’. Fazemos a diferença quando transformamos palavra em ação, e nos tornamos referências”, concluiu o reitor.

O discurso vai ao encontro com o que Maria de Fátima Pimenta vem estudando em seu doutorado. A coordenadora do curso com maior número de formandos da Colação de Grau 2017.1, Pedagogia (foram 45 concluintes), entende que o desafio aos professores é “como esses profissionais vão contribuir com a sociedade”, formação, portanto, que vai além da esfera acadêmica: “Quando nos deparamos com resultados sobre os egressos, como aprovação em concursos, continuidade na formação e ocupação das vagas em instituições, podemos considerar que ‘a largada foi dada’”.

 Se a corrida está apenas começando, boa sorte aos participantes!     

Composição da mesa

A mesa de autoridades da Colação de Grau Oficial 2017.1 foi composta, além do Irmão, pelo vice-reitor e pró-reitor Acadêmico, Ronaldo Curi Gismondi, pelo pró-reitor de Desenvolvimento, Hugo Amazonas, e por coordenadores de curso, que entregaram os diplomas a seus respectivos alunos: Marcos Figueiredo (Administração); Gabriela Barreto (Ciências Contábeis); Tatiana Trommer (Direito); Hélio Borges (coordenador do Núcleo de Prática Jurídica); Cesar Ornellas (representando a coordenadora de História, Eloisa Souto); Fátima Pimenta (Pedagogia); Angelina Accetta (professora de Pedagogia e coordenadora da Galeria La Salle); Fernanda Nanci (representando a coordenadora de Relações Internacionais, Denise Salles) e Márcia Sadok (Sistemas de Informação).

 

 

 

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