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Segundo um antigo provérbio japonês “até a jornada de mil milhas começa com um pequeno passo”. No caso específico foram mais de dez mil e 21 horas de viagem de avião para Joanna Dutra, de 25 anos, chegar ao seu novo lar pelos próximos anos. O “passo” em questão foi o interesse por disciplina sobre Ásia dada no Unilasalle-RJ, onde ela se formou em Relações Internacionais em 2014.2. Na semana passada, Joanna embarcou para o Japão. Agora ela vai estudar, com bolsa, na Universidade de Tóquio os conflitos por territórios marítimos. E os sonhos não param, como Joanna conta em entrevista ao nosso site.   

Unilasalle-RJ: Como surgiu a oportunidade da bolsa?

Joanna: Eu sempre tive vontade de fazer parte dos meus estudos fora, então sempre procurei bolsas, já que não teria condições de pagar tudo sozinha. A primeira vez que ouvi falar dela foi no Unilasalle-RJ, através do professor (e posteriormente meu orientador de monografia) Wellington Amorim. Ele foi bolsista na mesma categoria que estou indo e, depois de ouvi-lo citar o assunto na aula, o procurei para saber mais. A partir daí, me programei para a próxima abertura de edital, que costuma ocorrer em maio, para me inscrever.

O processo todo é bem longo. Começa com uma seleção por parte dos Consulados e Embaixada do Japão no Brasil. Cada unidade faz seu processo seletivo e, ao longo desta primeira fase, passamos por: 1) análise de documentos; 2) prova escrita de japonês e/ou inglês; e 3) entrevista. Ao final, conseguimos então um documento do Consulado (chamado “Passing Certificate of the Primary Screening”). Com este certificado, podemos oficialmente entrar em contato com as universidades e professores no Japão para requisitar orientação oficial. Ao sermos aceitos por uma instituição, enviamos toda os documentos para o Ministério da Educação, Cultura, Esporte, Ciência e Tecnologia do Japão (conhecido como MEXT), que é responsável pela bolsa. Eles então definem a etapa final, confirmando os candidatos selecionados e para qual universidade irão. Esse resultado pode vir entre janeiro e março, terminando após quase um ano de processo.

 

Unilasalle-RJ: Você chegou a fazer algum intercâmbio ou pesquisa na área no Unilasalle-RJ? Como sua formação te ajudou nesta conquista?

Joanna: Eu nunca fiz intercâmbio antes, porém participei do Programa de Liderança Global do Unilasalle-RJ em 2013, que teve como destino Pequim e Xangai, na China. Já tinha nesta época interesse em pesquisar Ásia, por isso me inscrevi para a viagem. Apesar da curta duração, foi muito bom para conhecer alguns aspectos do país, que acabaram sendo centrais na minha análise de monografia.

Apesar de não ter desenvolvido pesquisa no centro universitário fora das matérias da grade, consegui através da indicação de amigos e da então coordenadora Patrícia Nasser, um estágio na Subsecretaria de Relações Internacionais do Estado do Rio de Janeiro. Na SSRI, como a conhecemos, pude desenvolver um trabalho em paradiplomacia muito diversificado, que incluía pesquisas sobre temas diversos, de acordo com a agenda principalmente do Governador e do Subsecretário.

Na questão de formação acadêmica, eu entrei no Unilasalle-RJ através de transferência externa (vinda da UFF). Encontrei nele matérias que não havia tido contato antes, uma delas sendo Relações Internacionais do Leste e Sudeste da Ásia, com o Professor Wellington. Ter estudado RI e, especificamente, no Unilasalle-RJ, me ajudou em grande medida a definir minha área de interesse e a decidir aplicá-la, resultando nesta bolsa de pesquisa.

 

Unilasalle-RJ: E como será nos próximos anos? Onde você ficará alojada e o que vai estudar?

Joanna: Estou indo estudar na Universidade de Tóquio. O meu departamento é o de Area Studies, dentro da Graduate School of Arts and Sciences. A princípio, ficarei no dormitório da própria universidade, localizado dentro do meu campus. Posso residir no dormitório pelo período máximo de um ano, por isso logo me mudarei para um apartamento.

Estou indo desenvolver pesquisa de dois anos. Neste primeiro semestre terei um intensivo de japonês. Como minha intenção é fazer mestrado e possivelmente doutorado, terei ainda que prestar exame de admissão para ambos dentro do período da bolsa de pesquisa. Assim que (e se) for aprovada, a pesquisa é interrompida para que se dê início ao mestrado. O tema do meu estudo é uma continuação do desenvolvido na monografia. O foco é nas disputas por territórios marítimos no leste da Ásia, tanto no mar do leste quanto no do sul da China. 

 

Unilasalle-RJ: No seu ponto de vista o que o mestrado no Japão agregará à sua vida acadêmica e profissional?

Joanna: Meu tema tem impacto direto para o Japão, por se tratar de um conflito que inclui uma ilha disputada pelo país, pela China e por Taiwan, fora outros territórios que, por mais que não sejam disputados pelo Japão, influenciam na estabilidade da região. Logo, a relevância de se estudar este tema estando lá é bastante evidente, me proporcionando fontes de pesquisa tanto material quanto pessoal muito ricas, por me encontrar no centro dos acontecimentos.

 

 

 

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