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“Sabemos o que somos, mas ignoramos o que podemos nos tornar”. Na vida de Phabricio Petraglia a literalidade da frase de Shakespeare, uma grande referência para si, poderia ser colocada desta forma: sempre soube ser um poeta, um romântico, talvez ignorasse um dia ter o título de imortal. Egresso do curso de Direito do Unilasalle-RJ, o ator, jornalista, tabelião e escritor passou a ocupar este ano a cadeira de número 21 da Academia Niteroiense de Letras, além de receber diversos prêmios ao longo de 2017.

Ele foi contemplado com a medalha Tiradentes (condecoração da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro), a medalha Escritor José Cândido de Carvalho (concedida aos que auxiliam na produção cultural da cidade pela Câmara), a medalha Felisberto de Carvalho (entregue a personalidades que mais se destacaram na área de educação em Niterói) e o título de personalidade do ano Rio Cidade Olímpica, pela Ordem dos Advogados Brasileiros. Quase quatro anos depois de sua formatura, Petraglia retornou ao Unilasalle-RJ em dezembro para falar sobre as recentes conquistas.

Unilasalle-RJ: No dia 18 de outubro você tomava posse como membro da ANL, em cerimônia no Hotel H, em Niterói. O que esse momento representou para você?

P.P: É a realização de um sonho, integrar o mais nobre grupo de autores do nosso município e ainda sendo tão jovem, tenho 33 anos. É motivo de muito orgulho saber que estou no caminho certo, mas depois de toda vitória vem uma grande responsabilidade. Escrevo para o jornal Toda Palavra, sou colaborador em diversos periódicos, e hoje vivo um certo aprisionamento de ideias na qual tenho que pensar bastante antes de me posicionar como pessoa, lembro que sou acadêmico. O meu sonho para a Academia seria a projeção dela e sua presença nos projetos de Niterói. Acredito que nenhuma audiência pública, nenhum ato da Secretaria de Cultura, nenhum evento cultural da cidade poderia acontecer sem que houvesse um representante da ANL.

    

Unilasalle-RJ: Como a formação em Direito no centro universitário foi importante para a sua carreira tal qual ela se apresenta hoje?

P.P: A minha graduação em Direito me motivou a continuar estudando, agora faço um mestrado em Sociologia Jurídica, e também me proporcionou alcançar o cargo de tabelião substituto do 24º Ofício de Notas. Diria que o espírito da instituição se mostrou crucial para que eu escolhesse o magistério como forma de passar um legado. Recentemente, por exemplo, articulamos o casamento de 500 casais junto à Igreja Católica e à Defensoria. Contar isso ou falar de filantropia não é criar objetos de espetacularização, mas termos o equilíbrio de entender que fazer o bem é imprescindível para a evolução da nossa humanidade e deve ser divulgado como estímulo aos demais.      

 

Unilasalle-RJ: O sentimento lassalista, que une tantas pessoas ao redor do mundo segue em você mesmo depois da colação?

P.P: Sem dúvida, e acredito sempre ser necessário renovar o espírito de São João Batista de La Salle nas formações individuais. Passei a integrar a Associação dos Ex-alunos Lassalistas – Rio de Janeiro (fundada pelo professor Irio Molinari, primeiro vice-diretor e diretor acadêmico do então Instituto de Educação Superior La Salle). Sinto a necessidade de uma participação mais intensa dos jovens, pois a associação acabou envelhecendo, o membro mais novo tem 64 anos, então entendo que precisamos renovar para a própria subsistência e continuidade.

 

Unilasalle-RJ: Qual a origem do Phabricio Petraglia poeta? Você sempre gostou de escrever, sempre teve esta veia artística?

P.P: Dizem que uma vida triste é um prato cheio para o desenvolvimento de uma sensibilidade acima da média e aquele que me resume pelo que vem aos olhos não imagina a história de dificuldade e superação que eu vivenciei. Ela foi imprescindível para que eu me tornasse mais humano, fazendo com que eu enxergasse o mundo de uma forma mais lúdica e mais poética. A minha principal fuga era a fantasia, o amor, a poesia, era onde eu me encontrava. De forma geral, sempre fui muito apaixonado pela existência, muito romântico. Sempre enxerguei na natureza grandes cenários para duetos de amor.

Eu comecei a escrever enquanto cursava teatro. Lá tive acesso a diversas peças que foram objeto de estudo. A partir daí, comecei a me confrontar e testar minhas criações como poeta clássico. Desenvolvo poemas dodecassílabos completos, segundo a métrica shakespeariana, e poemas decassílabos completos. A junção de alguns dos meus melhores poemas resultou no livro “Dois” (na ontologia poética, Phabricio Petraglia expõe suas emoções, fala de amor, renovação e trabalha com um enredo subliminar entre os textos. A obra foi lançada no Copacabana Palace e na Livraria Travessa).

Quero levar o amor, a fé e a esperança às pessoas através dos meus poemas, pois se algum dia o homem quiser mudar o país há de se ter mais do que um dom, mas o ímpeto dos apaixonados, a força sobrenatural do amor e a lúdica natureza que os românticos possuem de mergulhar na loucura maniqueísta dos heróis, na tentativa de descortinar a visão limitada e desacreditada do mundo.

 

Por Luiza Gould

Ascom Unilasalle-RJ

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