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“As obras tornam-se narrativas enquanto poéticas, a impressão que dá é que ele pinta com a fotografia, na verdade é uma junção da pintura com a tecnologia”. As aspas são de Angelina Accetta, coordenadora do Núcleo de Arte e Cultura do Unilasalle-RJ, mas poderiam ser de qualquer um que passasse pela Galeria de Arte La Salle no dia 6 de junho.

A inauguração da exposição “Poesia Visual” trouxe, junto à expectativa, a certeza de que as obras de Luiz Bhering unem beleza, histórias para contar, e uma sensação diferente para cada pessoa que passou por ali. Seja pela imaginação, ou até mesmo curiosidade sobre as técnicas de fotografia e edição. Um trabalho que além de poético é inspirador.

Pelo menos na opinião de Rolf Vianna, que tem Luiz Bhering como referência desde o início do seu curso na Sociedade Fluminense de Fotografia. “Quando começamos a fotografar, é normal buscar referências. Assistindo a algumas palestras, o trabalho do Luiz era sempre citado, e comecei a ver as obras dele como modelo, me atrai muito a capacidade que ele tem de capturar determinado momento”, conclui o jovem fotógrafo. 

 

Se Vianna aponta o trabalho de Bhering como referência, o fotógrafo veterano também tem quem admirar, entre os colegas do meio, como relatou em entrevista ao site do Unilasalle-RJ: “Gosto muito do Clicio Barroso, de São Paulo, do conterrâneo dele Cristiano Mascaro, mesclando arquitetura e fotografia, do Miguel Rio Branco, no caso do Rio. Hoje tenho me dedicado muito a estudar um movimento fotográfico germânico do qual os grandes pais são o casal Bernd e Hilla Becher. É um trabalho com grandes formatos. O fotógrafo mais bem-sucedido hoje nesta linha é o Andreas Gursky. Acho interessante o tipo de perspectiva dada à fotografia, vejo como um sentido ao mundo contemporâneo, o que também busco”.  

Pelas lentes de Bhering passam construções no estilo do casal Becher, mas os espectadores podem encontrar ainda nos cenários urbanos dele dualidades entre os prédios e as paisagens fluminenses. Em ambos os casos, os clicks são um convite a explorar as ruas pelas quais passa o street photographer. Visitante da mostra, a fotógrafa Juliana de Paula, traça paralelos entre esta característica e o fato das fotos estarem expostas na galeria de um centro universitário. “Toda exposição é a realização de um artista, e estar em um local acessível, não enclausurado em locais onde só vão, em sua grande maioria, admiradores de arte, deixa a obra popular, e isso é o mais instigante.  Os fotógrafos não fazem fotos para que elas fiquem apenas entre quatro paredes, queremos que as pessoas vejam, e isso vai acontecer aqui”, previu ela na inauguração.

Cerca de 60 obras ficarão expostas até o dia 30 de julho na Galeria La Salle, uma forma de Luiz Bhering matar também as saudades de casa, como ex-aluno do Colégio La Salle Abel. “Sempre fico grato a cada exposição, mas trazer o trabalho para o lugar de onde você é, é especial”, opinou ele, agradecido, na última terça-feira.   

 

 

 

 

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