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Imbuídos das raízes nacionais, estudantes apresentam um pouco de suas culturas nas tão aguardadas International Evenings

As voltas que a saia do vestido mexicano desenha no ar são tão perfeitas em seu movimento como o feito pelos pés do filipino, que de forma ágil entram e saem das duas varas de bambu. Antes do samba começar a tocar na avenida, a brasileira ensaia em câmera lenta como cada passo deve ser dado para, aos poucos, a velocidade da música solicitar o rebolado. Da Catalunha, vem o espírito de trabalho em equipe para conseguir criar a torre humana com dois integrantes. Igual parceria é necessária para o tango argentino durante a execução de deslocamentos precisos. Talvez pensar em uma coreografia seja o caminho, mas ela está garantida mesmo é ao som de “Everybody clap your hands”, assim como o gingado do americano no ritmo do break. Mexer todo o corpo é ainda exigido do peruano, ao agitar o pisco, a bebida típica do seu país, sob os olhares atentos ao redor. Os franceses não ficam de fora e ensinam a degustar o vinho, apreciando do aroma ao sabor, junto de variados tipos de queijo. Sabores, danças, festivais, lendas, política. Nada ficou de fora nas noites em que os lassalistas apresentaram seus países aos amigos de  Summer Program.  

NOITE MÉXICO/ESPANHA (17/07/2018)


Arriba, abajo, al centro y adentro! Foi com brinde que o México deu as boas-vindas aos alunos do Summer Program, em 17 de julho. Na noite voltada ao país e à Espanha, as cores convidavam à festa já na porta do Centro de Convenções Irmão Amadeu, com os mais variados tons de papel picado. O team México apresentou dança mariachi, com direito a Ana Lourdes Navarro (Universidad Ka Salle Noroeste) vestida à caráter, mostrou um pouco da celebração do Dia dos Mortos – Fernanda Rodríguez (Universidad La Salle México A.C.) e Saúl Portillo (Universidad La Salle Noroeste) apareceram maquiados de caveiras mexicanas –, além de gincana bem conhecida dos brasileiros: dança das cadeiras.

Do México para a Espanha. Moradoras da região da Catalunha, Adriá del Fresno e Laia Sánchez, ambos da La Salle Barcelona, falaram sobre a luta local pela independência e contaram curiosidades, como o fato dos catalães terem o costumem de construírem torres humanas. “Não sabemos ao certo quando essas torres começaram, mas é uma tradição importante na Catalunha porque é preciso treinar muito para fazê-las, representa a sociedade catalã, o nosso trabalho duro, a nossa união. São torres que equivalem a dez andares de um edifício”, resumiu del Fresno. Para demonstrar como são feitas, convidou o mexicano Pablo Maldonado, que subiu em cima dos seus ombros com auxílio de outros três lassalistas. 

NOITE BRASIL/ESTADOS UNIDOS (19/07/2018)


As paixões de Brasil e Estados Unidos já estavam na ponta dos pés e na palma das mãos antes mesmo do início da noite voltada aos dois países: de um lado do Auditório La Salle, os brasileiros batiam bola, em um altinho improvisado. Do outro, as americanas simulavam o beisebol com um bateco nas cores vermelho, azul e branco junto a uma bolinha de papel. Se o esporte foi a descontração inicial, a dança deu a cadência nas horas seguintes. No caso dos Estados Unidos, uma das performances foi ao som de Y.M.C.A, com direito a duas filas criadas como se fosse um tapete vermelho, para duplas passarem no movimento da música. Já os brasileiros, foram do forró ao arrocha, passando, é claro, pelo gênero que os brasileiros conhecem de outros carnavais, muitos carnavais. A colaboradora Thais D’Assumpção veio dar aula de samba no pé.

Também não faltou a escrita e a cultura oral. A americana August Kissel (Manhattan College) leu o poema Human Family (Família Humana) da conterrânea Maya Angelou, para lembrar que mais do que pessoas de países variados, outros laços nos tornam iguais. “Buscamos sucesso na Finlândia / Nascemos e morremos em Maine / Em coisas menores, diferimos / Nas maiores, nos parecemos / Eu noto diferenças óbvias / Entre cada forma e tipo / Mas somos mais iguais, meus amigos / Do que desiguais”, declamou. Já a brasileira Nicole Guimarães contou aos lassalistas algumas das lendas brasileiras, dentre elas a da vitória régia, arrancando suspiros: “A indígena se apaixona pela lua e costumamos dizer que quando alguém morre vira uma estrela. Ela vê na água o reflexo da lua e se joga, mas não sabe nadar. Então, ela se afoga, mas a lua se compadece e a transforma em uma estrela diferente, a vitória régia”, relatou.


NOITE ARGENTINA/BOLÍVIA/PERU (23/07/2018)


Carolina Oyhamburu (La Salle Florida) desfilava segurando nas costas a bandeira da Argentina. Atrás dela, Luis Fernando Gallo (Universidad La Salle Bolivia) e Guillhermo Lazo (Universidad La Salle de Arequipa) também exibiam com orgulho as bandeiras da Bolívia e do Peru. Únicos representantes dos seus países no Summer Program de 2018, os três tinham a missão de encerrar com diversidade cultural o dia que começou com a subida lassalista ao Pé Pequeno. Carolina foi do tango dançado com o mexicano Carlos Ruiz à apresentação das diferentes regiões da Argentina, com especial atenção a Cuyo, composta pelas províncias de San Juan, Mendoza e San Luis. “A maior parte da minha família é de lá, por isso é como meu lugar no mundo”, explicou mostrando fotos da sua infância e adolescência em montanhas e rios.

Na Bolívia, o que rendeu onomatopeias de surpresa nos lassalistas foram os berços do sal, com construções e grandes áreas de paisagem tendo como protagonista o mineral. No Salar de Uyuni, maior e mais alto deserto de sal do mundo, por exemplo, o chão espelha o céu ao de longo 10.582 quilômetros quadrados. Gallo mostrou ainda similaridades com o Brasil, como o Cristo Redentor local e a região do Pantanal boliviano. Também não faltaram as curiosidades: “Quando os colonizadores espanhóis chegaram no Cerro de Potosí, encontraram tanto ouro e prata que disseram ser possível construir uma ponte entre Potosí e Madrid. Mas também seria possível construir a ponte com os ossos das pessoas, já morreram muitas nas minas”.

O mergulho na cultura do Peru foi por meio da bebida típica pisco, das fotos dos variados pratos do país, temperados sempre com ají (“e não chili”, frisa Lazo), a pimenta peruana, e também da apresentação das danças, como a marinera. Guilhermo Lazo produziu um vídeo, no qual caminhou por todos esses temas, enquanto nas mãos, os lassalistas seguravam bandeiras do Peru.

NOITE FILIPINAS/FRANÇA (25/07/2018)


Os franceses recepcionaram criando espécie de ponte, por onde os lassalistas do Summer Program passaram carregados. Logo ao fim da fila formada na porta de entrada do Auditório La Salle, os filipinos os esperavam vestidos à caráter, como vão para cerimônias. Jan Edra, Jashia Chua (De La Salle University, Manila), Ma. Patricia Hapunan e Riggynald Gamboa (De La Salle-College of Saint Benilde) falaram sobre os festivais do país e promoveram brincadeiras, dentre elas a “Habulan ng Baboy”, semelhante a dinâmica brasileira "Casa, morador e terremoto", em que os participantes precisam procurar, a cada palavra de comando, novas “casas”, duplas de pessoas formando túneis para outras se abrigarem. No quesito dança, o quarteto apresentou o Tinikling. Mexicanos, argentina e americanos pularam entre duas varas de bambu no compasso digno de show. Mas também teve espaço para assuntos sérios, como as mortes causadas no atual governo filipino. “Talvez em seus países haja injustiças como essa, mas nós somos líderes lassalistas e temos que nos aplicar para que as injustiças cessem”, resumiu Edra.

Para encerrar as noites culturais do Summer Program, Antoine Brasset (Unilasalle campus de Rouen) e Jean Perin (Unilasalle campus de Beauvais) cantaram o hino nacional da França, passearam por fotografias pelos pontos turísticos do país, voltaram na Revolução Francesa e fizeram um festival de queijos e vinhos da terra natal.

Por Luiza Gould (texto e fotos)

Ascom Unilasalle-RJ

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