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A China viveu em duas décadas um crescimento inegável, apesar da desaceleração dos últimos anos, com impacto direto no primeiro trimestre de 2016. Quando o fenômeno da exportação, no entanto, emergiu enquanto potência competindo com os números dos Estados Unidos, o mundo focou a maioria dos estudos sobre Ásia na nação de 1,36 bilhão de habitantes. Mas e o Japão? Como fica neste contexto? Quais conflitos colocam os dois vizinhos frente a frente? Para discutir estas questões, professores de diferentes regiões se reuniram  em São Paulo e o Unilasalle-RJ enviou seus representantes.  Os professores Wellington Amorim e Leticia Simões, do curso de Relações Internacionais, participaram dia 3 de novembro do seminário “Estratégias de Inserção Internacional do Japão", na Casa de Cultara Japonesa da USP.

O encontro foi organizado pelo grupo de pesquisa “Japão: em busca de um lugar ao sol”, apoiado pelo CNPq e criado pelo mestre Henrique Altemani de Oliveira, da Universidade Estadual da Paraíba, com o objetivo de “avaliar como o Japão responde aos desafios de uma nova Ásia e de uma nova economia global”. “É um projeto muito interessante porque ultimamente a China monopoliza a atenção de muitos acadêmicos brasileiros, que esquecem o fato do Japão ser a 3ª potência econômica do mundo. Queremos rastrear as estratégias do país para manter sua ascensão”, explica Wellington Amorim. Membro do corpo docente lassalista desde 2006, Amorim morou no Japão e foi, por dois anos, pesquisador da Universidade de Tsukuba. Na sua opinião, a presença lassalista no seminário é importante para o compartilhamento de experiências.

Durante toda a última quinta-feira, os internacionalistas debateram temas como a necessidade de migrantes por conta do envelhecimento da população nipônica e a ajuda a países da América Latina, África e da própria Ásia. Leticia Simões, estreante no seminário organizado por Oliveira, contribuiu com as discussões falando sobre a Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), bloco econômico criado em 1967, composto hoje por dez países da região. Ela abordou a participação do Japão como investidor e grande parceiro comercial na palestra "Japão no Sudeste Asiático: limites e oportunidades do relacionamento Japão-ASEAN"

Já Amorim tratou da importância dos Mares do Leste e do Sul da China para o Japão, além de debater a questão da segurança coletiva: “Tanto as ilhas mais próximas dos japoneses, quanto o mar ao sul, mas distante, são áreas estratégicas para o país por conta do pescado (20% da proteína consumida é o peixe) e do transporte de importados para o fornecimento de energia. Outro assunto que apresentei foi o fato deles não terem Forças Armadas. Há uma lei em vigor que permite a autodefesa, que o Japão apenas pegue em armas quando o território for ameaçado, mas agora vem sendo discutida a autodefesa coletiva, a nação agir caso algum aliado seja ameaçado, mexendo bastante com o jogo de influências por lá”.    

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