Menu

A turma de Engenharia Elétrica do Unilasalle-RJ quer conhecer mais sobre uma usina em área restrita. Basta uma pessoa ir até o local, fazer filmagem em 360º e, como passe de mágica, todos aqueles 20 alunos enxergam detalhes do ambiente, têm uma nova percepção sobre ele, é como se estivessem a quilômetros da sala de aula. A realidade parece distante? Não para Raul Ishikaua, diretor da Google para a América Latina, e palestrante da segunda noite do Seminário Pedagógico 2017.2. No dia 2 de agosto, a missão de Ishikaua era falar sobre educação e tecnologia, uma combinação urgente no âmbito da docência se a busca é conseguir dialogar com o aluno utilizando a sua própria linguagem.

E engana-se quem confunde a tecnologia com dispositivos eletrônicos. “Os jovens de hoje já não são mais os mesmos, a forma como pensam e reagem é diversa”, constatou o desenvolvedor de negócios, “Mas, continuamos imaginando a comunicação com eles do mesmo jeito que foi na década de 1950, com lousa, giz, carteiras dispostas em sequência. Todo o ambiente educacional é o mesmo, a estrutura é a mesma. Um exemplo? Em 90% dos lugares onde vou, tecnologia é sinônimo do projetor de Power Point”.  

Em busca de métodos mais efetivos, que possam auxiliar o trabalho dos professores e, ao mesmo tempo, atrair os discentes, a saída proposta por Ishikawa é o Google for Education, uma solução que já possui 70 milhões de usuários. Com a plataforma, os dois púbicos que protagonizam a educação têm acesso a “e-mail institucional; calendário para que os docentes possam saber, em cada turma, quantas tarefas os alunos possuem, incluindo as passadas por outros professores; hangouts que possibilitam videoconferência com até 30 pessoas e toda conversa em chat arquivada para sempre; Google Drive, e seu espaço ilimitado na nuvem; monitoramento em tempo real do que cada aluno está escrevendo em um documento compartilhado”, listou.

 

Um dos principais destaques para os lassalistas foi, sem dúvida, o ambiente virtual de sala de aula, motivando mais de uma pergunta ao término da palestra. No serviço de web gratuito, professores podem criar e gerenciar tarefas, dar feedback em tempo real, lançando a nota do exercício passado minutos antes para ser resolvido, enquanto responsáveis recebem resumo por e-mail sobre esses trabalhos e os administradores da escola podem ter acesso às produções de todas as turmas.

Para esse conjunto de inovações dar certo, no entanto, cinco premissas não podem ser esquecidas, conforme avaliação de Raul Ishikaua: “Ferramentas simples, porque se eu não consigo mexer, nem eu, nem meu aluno seremos convencidos. Precisa ser também algo justo, estamos falando de massa, grande quantidade de alunos, temos que integrá-los. O terceiro ponto é a segurança. Não podemos deixar na mão da criança, do adolescente ou do jovem uma ferramenta sem saber o que eles estão fazendo nela. E, por fim, precisa ser algo colaborativo”.

Em tempos de Youtubers com 1 bilhão de visualizações, como Felipe Neto, a educação é ainda mais importante, conforme reiterou o palestrante. Afinal, esses formadores de opinião podem estar agora em uma das salas da instituição. “Será que eles sabem o poder que têm?”, inquiriu retoricamente Ishikaua, mostrando que mesmo quem não tem conta no Youtube precisa conhecer as múltiplas vantagens da tecnologia, para além das já óbvias. “Conhecer tecnologia é se tornar fluente digital, mas para muitos deles é sinônimo de Instagram, Facebook, falar no WhatsApp. Tecnologia pode sim ajudar na educação e precisamos passar essa mensagem para eles”, frisou.

Ao fim do encontro, o Irmão Jardelino Menegat discursou sobre a necessidade de estarmos preparados para trabalhar com uma nova geração de estudantes, fim para o qual não basta “só a nossa intenção, é preciso agir”. O reitor citou o caso da Universidade La Salle Canoas, que, em parceria com a Google, lançará uma plataforma inédita de Ensino a Distância. Em seguida, fez uma promessa: “Nós vamos conversar, ver possibilidades do quanto podemos avançar, buscar alternativas para tornar nossas aulas ainda mais atrativas, pois é preciso lembrar que já vimos muitas experiências bonitas, de sucesso, neste seminário. Mas necessitamos ir além”.  

Entre em Contato