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Fotografias do interior do Nordeste e fósseis com até 150 milhões de anos são o convite de Dimitrius Borja ao público

Raízes, patrimônio, arte, fotografia e o estímulo à reflexão ao ouvirmos sobre as regiões mais áridas do país. A exposição “Sertões”, de Dimitrius Borja, foi inaugurada no último dia 5 de junho, e trouxe ao Unilasalle-RJ uma oportunidade: “repensar a natureza, as políticas públicas e, sobretudo, o patrimônio, a memória, a nossa história. Elementos que nos unem”, sintetiza Angelina Accetta, coordenadora da Galeria La Salle.

A mostra reúne os olhares de Dimitrius Borja à expedição de seis mil quilômetros pelo sertão do Cariri e pela Chapada do Araripe, realizada por ele junto de estudantes da UFRJ em 2016. Inaugurada no Dia Mundial do Meio Ambiente, “Sertões” trouxe ao fotógrafo a sensação de “dever cumprido” e “alívio” já que “o esforço para organizar e montar uma exposição é muito grande”. As preparações começaram em abril e envolveram minuciosos detalhes na produção do material gráfico, pré-produção com busca de parcerias e a própria montagem, que contou com a vinda de integrantes do Instituto de Geologia da UFRJ. Foi o instituto que emprestou à Galeria, a partir da chancela da Unesco, 13 fósseis encontrados na extensão fotografada por Borja.


Na viagem para o interior do Nordeste brasileiro, Borja passou por Bahia, Pernambuco, Ceará e Paraíba. “Poucas pessoas sabem que a região é riquíssima em fósseis e foram eles que motivaram a expedição”, conta o artista, “Há séculos esse local era mar, e hoje é extremamente seco. Por ter sido inundado e depois se tornar árido, houve a preservação dos materiais geológicos”, conta o artista. Para Angelina Accetta, os resquícios de vida são sinônimo de riqueza: “Estavam nessa região a 150 milhões de anos. É importante para nos atentarmos e cuidarmos deste nosso patrimônio”.

A riqueza também está na diversidade de elementos para abordar o tema. Além dos fósseis e das fotografias, a exposição conta com mapas e vídeo do local. “Neste ambiente educativo e sensível, os alunos podem refletir sobre as linguagens que foram criadas para falar sobre essa região do Brasil; sobre esse povo nordestino que é sofrido, mas também resiliente, forte, alegre e de fé”, conclui.


“Sertões” fica em cartaz na Galeria La Salle até o dia 29 de agosto. Por Camila Reis/ Revisão Luiza Gould Fotos: João Loureiro Ascom Unilasalle-RJ

Por Camila Reis/ Revisão Luiza Gould

Fotos: João Loureiro

Ascom Unilasalle-RJ


Confira algumas fotos da inauguração:  

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