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Oito alunos e dois professores do Unilasalle-RJ partem rumo a mais uma operação do Projeto Rondon

Final do século XIX, início do século XX. Um mesmo território, três países buscam chamá-lo de seu: Brasil, Bolívia e Peru. 1902. O militar gaúcho José Plácido de Castro é enviado pelo governador do Amazonas para retomar o Acre, após o avanço boliviano na região. Ele é bem-sucedido, declarando a República do Acre, da qual se tornaria governador. Mais de um século depois, jovens lassalistas embarcam rumo à cidade que leva o nome do líder da Revolução Acreana. Os graduandos, junto dos docentes Suenne Righetti e Roberto Primo, chegaram a Plácido de Castro no último dia 7 para participar da Operação Vale do Acre, do Projeto Rondon.

Desta vez quem une esforços ao Unilasalle-RJ é o Centro Universitário Lusíada (Unilus), de Santos. Enquanto os graduandos de Niterói ministram oficinas relacionadas às ações do grupo B – Comunicação, Meio Ambiente, Tecnologia e Produção –, a universidade paulista está responsável por ações do grupo A – Cultura, Direitos Humanos e Justiça, Educação e Saúde. As instituições se encontraram no dia 4, data da chegada dos 252 rondonistas a Rio Branco. Até 21 de julho, universitários e docentes de todo o país se dividem entre doze municípios acreanos. Luana Alves e André Cortez estão entre os rondonistas. Ela cursa o 9º período de Engenharia Civil, ele o 5º período de Engenharia de Produção. Confira os depoimentos dados pelos estudantes ao site do Unilasalle-RJ:

“O que me fez participar do Rondon foi a minha mudança pessoal. Eu sou muito atarefada, às vezes não percebo que um amigo está precisando de algo, quiçá uma pessoa que está longe do meu círculo social. No dia da Ação Comunitária voltada para os moradores do Pé Pequeno vi o quanto há crianças carentes, pessoas à procura de uma instrução. Imagina no Acre? Quantas pessoas vamos poder atender, ajudar?” – Luana Alves, 27 anos, 9º período de Engenharia Civil


“No início do ano, na ação que a Luana citou, passamos por uma experiência que não foi tão boa. Elaboramos uma oficina de ar-condicionado com garrafas pet, mas não tivemos público. Ficamos frustrados, mas bola pra frente, encontramos na hora outra oficina para desenvolver. Como Suenne falou, o importante é não ficar parado. Acho que isso me ajudou a ser selecionado. Busquei o Rondon porque eu queria sair da minha zona de conforto. Uma das perguntas do processo seletivo era: Você já passou por alguma dificuldade? Acho que nunca passei por nenhuma grande dificuldade, mas acredito que todo mundo precisa disso na vida para aprender alguma coisa. Lá no Acre teremos outra realidade, outra cultura, passaremos dificuldades, mas estou disposto e errar para depois acertar” – André Cortez, 23 anos, 5º período de Engenharia de Produção

Oficina de Cosmoética e o preparo para a Operação Vale do Acre

Como de costume, a preparação para o Rondon começou com meses de antecedência. E neste semestre, para além de buscarem conteúdos para elaborarem as oficinas, os graduandos também receberam aula. Carol Cronemberger, pesquisadora em cosmética consciente e sustentável, veio ao Unilasalle-RJ ensinar a fazer produtos de beleza naturais, dicas que os lassalistas passarão adiante no Acre. Foram dois os focos da aula de Cosmoética, como Carol chama seu trabalho: o empoderamento feminino e o empreendedorismo, já que os produtos podem vir a gerar renda. A ativista, com mais de 13 mil seguidores no Instagram e lista de clientes que inclui celebridades, é amiga da docente Suenne Righetti, de quem recebeu o convite para ensinar técnicas no centro universitário.


“Sempre tive muita vontade de levar isso para o interior, como faremos agora a partir do que os alunos aprenderam com ela. Porque é onde nós temos grandes fontes de insumos naturais e que não são aproveitados”, explica Suenne, “Hoje a Carol nos trouxe dois dados que achei muito impactantes. O primeiro é a que a Unilever fez uma campanha perguntando o quanto as mulheres se achavam bonitas. Na média, apenas 4% da população feminina se acha bonita. E outro dado se relaciona ao que muitas pessoas se preocupam hoje em dia, que é a questão de utilizar produtos livres de parabenos e substâncias desse tipo. Em todos os tumores cancerígenos existe 100% de parabenos. Acho importante levarmos todas essas conscientizações para a população do Acre. E pensar não só na pessoa do interior, como também no aluno daqui, que mora em uma metrópole. Ele pode ter uma nova visão, dele mesmo fazer o seu produto de limpeza, ele mesmo fazer a loção e cuidar do cabelo”.

No dia 28 de junho, o esfoliante, por exemplo, ganhou receita de mel, óleo de girassol e café, enquanto o tônico facial foi feito com glicerina e óleos essenciais. Insumos à disposição de muitas famílias, mas propositadamente pouco divulgados para tal fim, na opinião de Carol Cronemberger: “Eu penso que meu trabalho deveria ser algo comum para todo mundo e principalmente para as pessoas menos favorecidas que são, talvez, as que mais tenham dificuldades em utilizar seu orçamento com produtos de limpeza e beleza. Essa informação raramente chega para essas pessoas porque são as campanhas de consumo mais pesadas que as atingem. São as que consomem os piores produtos, e as que têm mais possibilidades”. Ruim para elas e para o meio ambiente que há anos já apresenta sinais de impacto diante do consumo e descarte de produtos nocivos em grandes quantidades.


Para a compra dos ingredientes da aula, a união de rondonistas de diferentes gerações foi fundamental, uma característica que Suenne Righetti e Roberto Primo interpretam enquanto legado do projeto do Ministério da Defesa. Ao saber que um estudante havia desistido de participar da operação, mas que sua passagem já havia sido emitida, Lucas Nogueira (Operação Cinquentenário, 2017) e Rebeca D’Amato (Operação Pantanal, 2018) rapidamente mobilizaram os demais rondonistas. A rifa idealizada por eles juntou montante suficiente para compensar o valor gasto e ainda possibilitar a oficina de Carol Cronemberger. Prova de que uma vez vestindo a camisa do Rondon, ela nunca mais deixa o aluno. Esta lição os oito lassalistas aprendem neste momento no Norte do país.

Delegação do Unilasalle-RJ na Operação Vale do Acre:

André Cortez - Engenharia de Produção

Beatrix Dieckman - Engenharia Civil

Eduarda Sobrado - Engenharia de Produção

Luana Alves de Menezes - Engenharia Civil

Roberto Oliveira - Engenharia de Produção

RogerTomaz - Engenharia de Produção

Ruana Louzada - Engenharia de Produção

Wilson Luiz Azevedo - Administração


Por Camila Reis e Luiza Gould

Fotos de Camila Reis

Ascom Unilasalle-RJ 


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